O que é uma vitória, mesmo que minha futura paixonite não tenha futuro (o que é muito provável).
Ah. A boa nova é que após algum tempo, consegui ultrapassar minha paixonite que tanto me atormentava. :D
Faz séculos que eu não entrava na página do blogger. Mesmo. É engraçado como nós podemos ser viciados numa coisa durante tempos e tempos e de um dia para outro simplesmente esquecer que ela existe. Acontece o mesmo com as pessoas, um dia estamos viciadas nelas e depois nem lembramos mais que elas vivem. Eu tenho tido vontade de escrever, mas é uma vontade de escrever para mim, para guardar, para referências futuras. Reflexões de uma dona de casa na hora do rush. Todos os dias quanto estou indo para a faculdade começo a pensar em coisas importantes. Não importantes, mas significativas. Depois penso, tenho que escrever isso. E esqueço. É como se eu vivesse numa fase de não auto-reflexão. Eu vivo, apenas. Converso, sinto (as vezes), estudo, trabalho, como e durmo. Penso, mas expulso logo os pensamentos dali e penso nas coisas mais práticas que eu tenho que pensar todos os dias (a lista do supermercado, a eterna todo daily list). Eu também penso, o que raios estou fazendo aqui. Sempre. É a frase que o meu pensamento mais me fala. Mas já não me sinto mais atormentada por não poder responder essa pergunta. As coisas parecem estarem tão longes. Parece que a realidade está longe e eu vivo em outra espécie de realidade. Existe aquela realidade e existe esta realidade. E as vezes eu vivo naquela realidade, mas aí tudo fica confuso e eu volto logo para esta realidade. Essa é a realidade da estabilidade, do tédio, do dinheiro e da segurança. Aquela é a realidade da instabilidade, da incerteza, do não dinheiro, da alegria, dos amores possíveis, da confusão. Ou não. Já não sirvo mais para escrever coisas para mim.
Quando eu comecei a descobrir essas coisas de blog, um dos primeiros que descobri foi da Clarah Averbuck. Fiquei fascinada com os escritos dela e o motivo era que com aquilo, as coisas que ela escrevia, um novo mundo foi aberto para mim. E nesse novo mundo, eu poderia escrever, porque nesse mundo não existiam apenas aqueles escritores que nós estudavamos, existiam muitos outros, que escreviam com muito mais emoção. Mas o que eu quero aqui falar não é de escrever, até porque já ultrapassei minha fase escritora-wannabe (ao menos no momento). O que eu quero falar e é por isso que mencionei a Clarah ali em cima, é que eu acreditava que era preciso existir a dor para poder produzir textos com emoção. Eu ficava ali, chupando o dedo, porque queria me apaixonar e cair de quatro por alguém e depois ser dolorosamente magoada. Não foi bem o que aconteceu, mas tenho que dizer que estou magoada. E o que eu sinto não é dor e sim um desespero. O desespero de que todas as pessoas interessantes do mundo já estão com alguém. O desespero que eu nunca mais vou conhecer alguém tão foda quanto ele. Na verdade nem é bem um desespero e sim uma tristeza profunda. É um motivo para ficar deprimida para o resto da vida. I don't wanna get over you. É. Algo assim. E eu entendo as coisas. Eu entendo o que se passa. Eu entendo tudo, acho que até demais e é isso que anda me fodendo. Eu penso demais. Sempre pensei. O Michel me dizia: Nona, você pensa demais. E eu na época achava isso legal. Eu achava legal, pensar demais. Mas hoje não. Quero não pensar. Quero parar de analisar as situações que nada tem a ver comigo. Quanto mais eu penso nele, mais me afundo. Quanto mais eu penso na minha situação, mais me afundo. Eu chego a conclusão que gosto de ser atormentada. Mas chega! Basta. Quero mudar. Quero outra vida. Quero curar meus defeitos. Quero não fugir de tudo. Quero ficar. Quero fazer as coisas certas. Quero me divertir. Quero ser uma fotografa a serio, não uma wannabe. Quero parar de fazer planos e fazer coisas. Quero parar de ficar aqui nessa cadeira, em frente a essa tela estupida.
Rebusca é lindo.
Olha eu inventando palavras novas.
Rebuscada, eu queria ter dito.
Estou nervosa demais para ficar aqui.
Nervosa com a viagem?
Pelo contrário. Nervosa se vai dar ou não excesso de peso.
:/
Isso sempre é o que me faz ficar ansiosa em viagens.
Porque quando eu saio de casa, não levo apenas alguns apetrechos, não senhor, levo a casa inteira e ainda se couber, a garagem.
Eu vou ter que pesar as malas. Eu não tenho a minima vontade de refazê-las. Nenhuma. Apesar de saber que elas estão gigantemente gigantescas e quando eu chegar lá no Brasil todo mundo vai falar: trouxe a casa? Ha ha ha. Já não tem mais graça. Especialmente nesse meu estado de espirito de não-ter-dormido-a-noite-passada.
Imaginem só se eu fosse mudar de país. Era impossível. Não iria conseguir levar todas as minhas coisas. Eu tenho sono. Cansaço. Estou de saco cheio. Quero dormir e esquecer que existe o mundo. Não aguento mais as pessoas perguntando se eu estou ansiosa. Não, porra! Estou ansiosa com o peso da puta da mala. Estou ansiosa para saber como é o esquema de bagagem de mão. Eu só relaxo quando tiver feito check-in e tiver lá dentro. Porque aí não tem volta. Aí é só sentar e esperar.
A minha tentativa de uma escrita rebusca é totalmente frustrante, como vocês podem ver abaixo.
Mas eu gosto de ficar frustada, pelo que me parece.
Hoje, após ter recebido a resposta a um e-mail que havia enviado a um amigo, fiz uma breve reflexão das minhas atitudes. Acho que por vezes, sou deveras infantil e impulsiva em relação as coisas. A impulsividade nem sempre é uma coisa de toda má, mas quando conjugada com a infatilidade pode se tornar fatal. Talvez no meu caso, ainda tenha mais um fator: a preguiça. A preguiça de pensar, a preguiça de reler, a preguiça de escrever algo mais decente. A preguiça de pensar e escrever coisas decentes é a que me mais dá problemas. Por causa delas (as duas preguiças, que são preguiças provenientes de coisas diferentes) é que muitas vezes não consigo transmitir minhas ideias para as outras pessoas com quem eu tenho contato e estabeleço conversas. Além da minha fácil distração, tenho que lidar com a preguiça. Começo a chegar a conclusão que sou um fiasco. Não que isso seja algo que me aflija, é apenas uma constatação.
Entretanto, minha breve reflexão fez com que eu pensasse que é preciso evoluir. Coisa que para certas pessoas provavelmente é um pensamento óbvio, para mim foi um pensamento que há muito tempo não surgia em minha mente. A evolução, no caso, a minha, consistiria em largar dos velhos vícios. Tentar ser menos infantil, apesar de gostar muito da minha infantilidade, sinto que ela vem em horas inapropriadas. Portanto, tenho que deixar de ser infantil nas horas que não convém. Outra coisa que é preciso ser remendada: a minha preguiça de pensar. Essa entretanto, exige mais disciplina, coisa que não é muito minha amiga, assim por dizer.
Chego a conclusão que, devo apenas trabalhar com o uso impróprio da infantilidade, ao menos no momento. Talvez seja até melhor, assim posso me concentrar em consertar apenas uma coisa e essa coisa será consertada melhor, do que se eu estivesse tentando me consertar em várias coisas. O que vem a ser uma idéia reconfortante no momento, a idéia de me consertar. Mas veja, consertar não significa fazer uma lobotomia em mim mesma (até porque, acho que isso não seja possível), consertar é tentar melhorar em minhas falhas, porque essas falhas começam a me irritar e a irritar igualmente as pessoas em minha volta. Conserto que, se não for bem sucedido, sei que sempre terei o consolo de ser apenas mais um fiasco.